Guia Completo do
Pessach
Guia Completo (Prof Sami
Goldstein)
Pessach - preparando-nos para a Festa
Quatro nomes de uma mesma Festa
Pessach é conhecido por quatro
nomes:
Chag ha'Pessach - a Festa do Cordeiro
Pascal, em alusão ao sacrifício feito pelos cativos no Egito antes da última
praga. Tal oferenda foi instituída nas gerações posteriores, sendo abolida
juntamente com os demais quando da destruição do Segundo Templo.
Chag Hamatzót - a Festa dos Pães
Ázimos. "Comereis pão sem fermento durante sete dias..." (Êxodo
12:15). Revivemos a pressa em fugir do Egito, não dando tempo à massa
fermentar. Durante os dias da Festa, alimentamo-nos com pães assados unicamente
de água e trigo.
Chag ha'Aviv - a Festa da Primavera. A vida começa a brotar no
hemisfério Norte nesta época. Com ela, renovam-se nossas esperanças de uma vida
melhor a todos. Pessach, segundo a Torá, deve ser celebrado justamente neste
tempo tão propício à reflexão, tanto que, em função da disparidade entre os
calendários lunar (judaico) e solar - o primeiro tem alguns dias a menos, o que
acarretaria, com o passar dos anos, em um distanciamento de Pessach da
Primavera - a cada dois ou três anos, um mês é adicionado.
Zeman Cherutênu - época de nossa libertação. Nós, seres humanos,
como um todo.
Chametz e Matzá
Pessach fica em nossas memórias
como uma Festa onde praticamente tudo o que gostamos e comer durante o ano é
proibido. As leis que regem nosso comportamento alimentar durante os sete dias
(oito, na Diáspora), especificam que devemos abstermo-nos de ingerir todo e
qualquer alimento chametz.
Mas o que é o chametz?
Qualquer alimento que contenha
como ingredientes grãos de trigo, centeio, cevada, aveia ou espelta, passíveis
de fermentação quando em contato com a água. Em outras palavras, qualquer tipo
de pão, biscoito, bolo, massa, cerveja, whisky, vodka, licores, etc, estão
proibidos, mesmo em pequenas quantidades. Tal proibição não se restringe apenas
à ingestão, mas também à posse de tais alimentos. Para tanto, os rabinos
formularam um contrato de venda do chametz no qual toda levedura é passada para
um não-judeu durante Pessach, uma vez que este não está obrigado ao cumprimento
destas leis. Preencha o formulário que segue (ou uma cópia) e envie-o à
Sinagoga (copie, cole e envie-o por e-mail) antes do dia 26/3). Para maiores
informações sobre as leis alimentares de Pessach, entre em contato com a
Sinagoga.
A única exceção a esta regra é a
Matzá (pão ázimo), alimento básico durante Pessach. Trata-se de uma espécie de
bolacha não-fermentada, preparada à base de água e farinha de trigo. O processo
de fabricação é cuidadosamente controlado e o tempo total de preparo não pode
exceder 18 minutos, a fim de garantir que não tenha indício de fermentação. As
perfurações feitas na Matzá antes de ser colocada no forno impedem a formação
de bolhas de ar e o crescimento da massa. Depois de assada, esta não corre mais
o perigo da fermentação, podendo, portanto, ser consumida sob qualquer forma.
Atualmente é mais comum encontrar Matzá industrializada, sendo costume de
alguns comer Matzá feita à mão.
A Matzá tem um significado ainda
maior. Além de revivermos aqueles momentos tão importantes para o nosso povo,
ela conscientiza-nos a respeito da miséria. A Torá a ela se refere como lechem
oni, o pão da aflição. Lembramos o passado, como éramos e como somos, assumindo
um compromisso para com a sociedade de esforçar-nos em dissipar a pobreza, a
angústia e a fome.
Não sendo possível ingeri-la
durante todo o período da Festa, é importante, pelo menos, esforçar-se em tê-la
na primeira noite do Seder.
Preparando-nos para Pessach
Os preparativos para esta grande
Festa não se iniciam apenas na véspera. É tradicional em todo lar judaico a
limpeza realizada para inibir qualquer vestígio de chametz que possa existir.
Assim também, costumamos utilizar utensílios próprios para Pessach, os quais
não tiveram contato com chametz durante o ano. Caso resulte em dificuldade,
pode-se utilizar os utensílios usuais (menos porcelana ou cerâmica), desde que
bem lavados e limpos.
Fornos, fogões, geladeiras, pias,
etc, merecem uma atenção maior, visto que têm contato direto com
levedura durante o ano.
A proibição da ingestão não
significa que, obrigatoriamente, o chametz deva ser "jogado" para
fora de casa, como alguns afirmam. Desde que não sejam consumidos, podem ser
acomodados em qualquer lugar (de preferência em local onde não possam ser
observados e vendidos, como vimos na semana passada).
Um antiga tradição que cunha o
espírito humanitário e igualitário de Pessach é Maot Chitim (dinheiro para o
trigo). Antigamente, quando a Festa se aproximava, judeus de toda a parte
doavam dinheiro para que os pobres comprassem trigo, podendo, assim,
confeccionar suas Matzot e cumprir a Mitzvá. Hoje em dia, costumamos doar
alguma quantia em dinheiro a uma instituição de caridade.
O Shabat que antecede a Festa é
chamado de Shabat Hagadol, o Grande Shabat, pois nesse dia iniciou-se o milagre
da libertação do cativeiro.
Véspera de Pessach
Reforçando idéia de que as
comemorações não se iniciam apenas com a chegada da Festa, realiza-se, na noite
anterior, uma busca simbólica do fermento - chamada Bedikat chametz. Simbólica,
pois, a esta altura, a casa deve estar completamente limpa e todos os alimento
chametz devidamente acondicionados. Existem alguns costumes que regem esta
busca, tornando-a ao mesmo tempo atraente, interessante e divertida. Entre em
contato com a Sinagoga para saber mais a esse respeito.
A partir das 9:30 da manhã do dia
14 de Nissan (27/3), é proibido ingerir chametz, embora o feriado inicie apenas
à noite. Assim mesmo, Matzá - permitida para consumo durante todo o ano -
também não deve ser consumida, uma vez que fazemos questão de destacar a Mitzvá
(comer Matzá em Pessach) do opcional (o ano todo).
Pessach na sinagoga
Nos dois primeiros dias de
Pessach, bem como nos dois últimos, realizam-se serviços religiosos na sinagoga.
Durante os oito dias da Festa, os filactérios (Tefilin) não são colocados,
sendo que é feita uma leitura especial em todos eles, inclusive nos
intermediários, chamados de Chol ha'Moed. Por serem considerados
semi-festivais, a oração adicional de Mussáf também é recitada.
A partir da segunda, iniciamos a
Contagem do Omer.
No sétimo dia é lida a Shirát
ha'Iam - o Cântico da Travessia do Mar - lindo poema que exalta a glória de
Deus e sua bondade, já que neste dia os hebreus atravessaram o Mar dos Juncos.
No último dia (4/4), recitamos as
orações tradicionais do Yizkor, a comemoração dos finados. Reunindo-nos como
coletividade para recordar em Pessach nossos entes queridos, não apenas
prestamos um tributo àqueles que partiram, como também reafirmamos o vínculo
sagrado e indissolúvel entre os Filhos de Israel - unidos na alegria e na dor.
O Seder
Sem dúvida, a cerimônia mais
vigorosa de Pessach é o Seder - ordem - que recebe este nome por ser composto
de quinze etapas, as quais devem ser umpridas seguindo-se uma ordem
pré-estabelecida pela lei e tradição judaicas. Religião e gastronomia unem-se,
tornando o cultivo da História mais vibrante, mais dinâmico. O Seder é o espaço
onde todos - velhos, adultos e crianças - têm sua função. É o momento de
revivermos o passado e recriar a experiência de nossos antepassados na noite em
que partiram do Egito. Por isso, cada alimento na Keará - prato especial
colocado perto do líder da narração - tem a sua simbologia, sua mensagem.
Sentimos a amargura da escravidão, mas, ao mesmo tempo, rejubilamo-nos com a
redenção. Maravilhamo-nos com os relatos da Hagadá (narração), compilação de
textos bíblicos e ensinamentos rabínicos, cuja formatação básica está na Mishná
Pessachim Cap. 10. A Hagadá tem esse nome pela ênfase bíblica em “e contarás ao
teu filho...”. Tudo gira em torno da tradição que passa de pai para filho,
dando, assim, continuidade a esse elo inquebrantável. Por isso mesmo as
crianças têm uma participação toda especial, seja cantando, seja recitando as
"quatro perguntas" - Ma Nishtaná - seja procurando o Afikomán -
aquele pedaço de Matzá que escondemos durante o Seder. Todos, na
confraternização desta noite, somos livres. E, como símbolo desta nossa
auto-estima, inclinamo-nos em determinados pontos da narrativa pascal, já que
esta, segundo o Talmud, é a posição do homem livre.
Na Diáspora, celebramos o Seder
na primeira e segunda noites.
Elementos indispensáveis para
cada Seder
Matzot - Pelo menos três Matzot
inteiras para o líder e, se possível, para os demais componentes da mesa. De
qualquer forma, é importante que haja matzot suficientes para que todos possam,
ao menos, provar um pedaço. As três matzot podem ser colocadas ao lado da Keará
ou sob ela, envoltas cada uma em um guardanapo. Algumas Kearót possuem divisões
especiais para acomodar a matzot. De todos os modos, uma deve ser colocada
sobre a outra.
E por que três matzot?
Normalmente utilizamos dois pães,
em alusão à porção dupla de maná (alimento que, por milagre, caia dos céus e
alimentava o povo no deserto) do Shabat. Mas uma delas será partida (como
veremos mais adiante), é necessária mais uma para ter duas inteiras.
Um outro significado é a
simbologia do povo judeu, composto por três grupos: os Cohanim (sacerdotes),
Levitas e Israelitas.
Vinho - Em quantidade suficiente
para que cada um possa ter sua taça cheia quatro vezes durante a cerimônia.
Além de ser um sinal de júbilo, como em toda comemoração judaica, este número
representa as quatro formas pelas quais Deus prometeu a libertação ao povo (Êxodo
6:6-7): "Eu vos libertarei do jugo dos egípcios e vos livrarei da
servidão. Eu vos redimirei com o braço estendido (...) e vos tomarei por meu
povo".
Taça de Eliahu Hanavi - Na mesa
do Seder coloca-se uma taça adicional, simbolicamente reservada para o Profeta
Elias, proclamador da redenção. Conforme a tradição, na noite do Seder ele
visita todos os lares judaicos, com a mensagem de fé, esperança, paz e
harmonia. Em determinado momento da cerimônia, enchemos sua taça e as crianças
abrem a porta da casa para que ele possa entrar. Mas existe um motivo ainda
mais humanitário neste ato. Talvez haja na rua judeus pobres que não têm
condições de realizar seu Seder. Por isso, abrimos as portas e proclamamos bem
alto: "Que entrem todos os famintos; que venham todos celebrar a
Páscoa!"
Água Salgada - um vasilhame
contendo água misturada com sal, a qual será utilizada durante a cerimônia.
Recorda as lágrimas derramadas por nossos antepassados. Por outro lado, o sal
representa a liberdade, já que, no passado, somente os mais abastados podiam
ter o privilégio de salgar suas comidas, visto que era muito valioso.
Keará - Prato especial sobre o
qual serão colocados 6 tipos de alimentos, cada qual com sua simbologia. É
colocada perto do líder da narração, sendo que cada um, se quiser, pode ter a
sua própria.
A Keará
Zeroa - Um osso de perna ou
pescoço de frango assado e chamuscado, representando o sacrifício pascal que
nosso antepassados deviam comer nesta noite. Alude, também, ao versículo
bíblico referente ao êxodo do Egito, no qual se descreve que Deus nos tirou de
lá "com mão forte e braço (Zeroa) estendido" (Deuteronômio 26:8)
Beitzá - Um ovo cozido,
representando o sacrifício das Festividades que também era levado aos Templos
nesta época. Por sua forma arredondada, representa, também, a roda do destino:
não apenas marcando nosso luto pela destruição dos Templos, mas também, assim
como um círculo não tem início nem fim, nosso anseio e esperança no futuro. Uma
outra particularidade do ovo é que, diferentemente de outros alimentos, quanto
mais cozido, mais rígido fica. Assim também o Povo de Israel ao longo do tempo:
embora “cozido” por seus opressores, permaneceu cada vez mais fiel às suas
convicções.
Maror - Ervas amargas,
normalmente raiz forte (chrein).
Muitos costumam, também, utilizar
alface romana. Simboliza a amargura provocada pelos egípcios a nossos
antepassados. A isso se deve o costume da alface, pois assim como nossos
antepassados de trabalhadores pagos converteram-se em escravos, assim também a
alface, inicialmente doce, porém logo tornando-se amarga (Rashi, Talmud
Pessachim 39a).
Charosset - Mistura de maçãs
raladas, nozes moídas, vinho tinto e canela, assumindo a tonalidade da
argamassa, semelhante àquela fabricada pelos escravos no Egito.
Karpas - Cebola, batata ou
salsão, simbolizando o renascimento da natureza na primavera, a esperança da
libertação que se renova após o inverno da opressão. Um outra explicação é que
os nobre, na Antigüidade, costumavam iniciar seus banquetes com petiscos deste
estilo. Dado que nesta noite todos os atos são executados como símbolo de
liberdade, iniciamos os Seder comendo o Karpas. Porém, para manter presente a
amargura do cativeiro, é antes imergido na água salgada.
Chazeret - São os mesmos
ingredientes do Maror, com os quais se fará o "sanduíche" juntamente
com a Matzá, em alusão à Matzá e Maror que eram consumidos com o sacrifício
pascal, simultaneamente, na época dos Templos.
É importante que haja Maror (ou
Chazeret), Charosset, Karpas e água salgada suficientes para todos os
participantes. Costumamos, além disso, iniciar nossa refeição de Pessach
comendo um pedaço de ovo cozido mergulhado na água salgada, já que,
simbolicamente, ele representa a vida. Como a Keará geralmente não é
suficientemente grande, colocam-se travessas adicionais destes alimentos na
mesa.
Embora não sejam obrigatórias,
várias comidas passaram, pela tradição, a fazer parte da mesa do Seder, tais
como: caldo de galinha com kneidlach (bolinhos de Matzá), guefilte fish (peixe
recheado), tzimes de cenoura (preparadas com mel), kugel (torta) de batata,
kugel de maçã, bolo de nozes, etc.
Ordem do Seder
1.Kadesh - O Kidush é recitado sobre uma taça de vinho. Esta é a
primeira das quatros taças que tomaremos no decorrer do Seder. Reclinando-nos
ao lado esquerdo (em sinal de liberdade), cada um dos presentes toma de sua
própria taça.
2.Urchatz - Lavagem das mãos, assim como normalmente se faz antes
de comer pão, porém sem recitar a bênção correspondente.
3.Karpas - Tomamos um pequeno pedaço de Karpas (batata, cebola ou
salsão), mergulhando-o na água salgada, e recitamos a bênção:
Baruch atá Ado-nái, Elohênu melech
haolam, boré pri haadamá
Bendito sejas, ó Eterno nosso
Deus, Rei do universo, Criador da fruto da terra
E o consumimos logo em seguida.
4.Iachatz - os celebrante (e/ou quem mais tiver três matzot) parte
a Matzá intermediária, em recordação ao "pão do pobre" que nunca é
inteiro. A parte maior é guardada para o Afikomán (veja item 12) e a menor
volta a permanecer entre as demais.
5.Maguid - os relato pascal. As matzot são descobertas e todos
anunciam em voz alta: "Eis o pão da miséria...". É interessante notar
que o original deste trecho está em aramaico, já que, sendo um convite dirigido
aos pobres, e o aramaico era a língua popular na era talmúdica, havia então a
necessidade de se utilizar esta língua. Logo em seguida, enchem-se as taças e o
mais novo dos convivas formula as "quatro perguntas" do Má Nishtaná,
em sua tradicional melodia.
Logo após responder às perguntas,
explicando o sentido desta noite, o líder descobre a matzot - testemunho do que
será dito - e começa a recitar "Eis que fomos escravos..." e é
seguido por todos os presentes. O Êxodo é narrado acompanhando o texto da
Hagadá até chegar à bênção "...Salvador de Israel", quando então
recitamos a bênção tradicional do vinho, tomando a segunda taça reclinados.
Neste intervalo, alguns trechos
merecem especial destaque:
a) Os quatro filhos - Pessach é o
momento de esquecer nossas diferenças. Até mesmo o "filho perverso"
tem sua importância, uma vez que o Seder só é cumprido na sua totalidade quando
todos estão reunidos. Tolerar é o segredo para congregar.
b) Foi esta promessa... -
Interrompemos o relato para manifestar nosso agradecimento. Portanto, antes de
iniciarmos este trecho, cobrimos as matzot e levantamos nossas taças para um
brinde à nossa salvação. E, tão logo concluímos, baixamos as taças,
descobrindo, novamente, as matzot.
c) As dez pragas - Costumamos
verter um pingo - ou, com o dedo, extrair um pouco - do vinho da taça, ao
mencionar cada uma das pragas. Fazemos isto para diferenciar entre o
"cálice das bênçãos" e o "cálice das punições". Alguns
dizem que as gotas de vinho retiradas da taça da alegria representam tristeza
pelo sofrimento que cada uma das pragas causou ao povo egípcio. Quando vertido,
de preferência em um recipiente que tenha alguma falha (i.e. rachadura, etc). O
mesmo fazemos três vezes quando recitamos as denominações dadas às pragas por
Rabi Jehuda.
d) Por que (...) PÃO ÁZIMO? -
Levantamos as matzot, mostrando-as.
e) Por que (...) ERVA AMARGA? -
Levantamos o Maror, mostrando-o.
f) É por isso que... - ídem ao
item "b".
g) Bendito sejas... - Cobrimos as
matzot, erguendo nossas taças.
6. Rachtsá - A segunda lavagem
ritual das mãos, recitando a bênção:
Baruch atá Ado-nai, Elo-henu
melech haolam, asher kideshanu bemitzvotáv vetsivánu al netilát iadáim
Bendito sejas, ó Eterno nosso
Deus, Rei do Universo, que nos santificaste por meio de Teus mandamentos e nos
ordenaste lavarmos as mãos
7-8. Motsi-Matzá - Tomamos as
três matzot e recitamos a bênção tradicional sobre o pão:
Baruch atá Ado-nai, Elo-hênu
melech haolam, hamotsi léchem min haáretz
Bendito sejas, ó Eterno nosso
Deus, Rei do universo, que fazes pão brotar da terra
E, logo em seguida, a bênção
específica da Matzá:
Baruch atá Ado-nai, Elo-henu
melech haolam, asher kideshanu bemitzvotáv vetsivánu al achilát Matzá
Bendito sejas, ó Eterno nosso
Deus, Rei do Universo, que nos santificaste por meio de Teus mandamentos e nos
ordenaste comermos Matzá
O líder (e/ou quem mais tiver
três Matzot) come, então, um pedaço da Matzá superior, juntamente com um
pedaço da intermediária. Os demais convivas servem-se, também, de Matzá.
9. Maror - Pegamos um pedaço do
Maror, mergulhamo-lo no Charósset e recitamos a bênção:
Baruch atá Ado-nai, Elo-henu
melech haolam, asher kideshanu bemitzvotáv vetsivánu al achilát Maror
Bendito sejas, ó Eterno nosso
Deus, Rei do Universo, que nos santificaste por meio de Teus mandamentos e nos
ordenaste comermos Maror
10. Korech - O
"sanduíche" feito de Matzá e Maror. O líder (e/ou quem mais tiver
três Matzót) parte as Matzá inferior em dois pedaços, colocando entre ele Maror
e Charósset, recitando "Em memória de Hillel". Os demais convivas o
seguem. Comemos reclinados ao lado esquerdo.
11. Shulchan Orech - É o banquete
festivo, Acostumamos iniciá-lo, como mencionado anteriormente, comendo um ovo
cozido, embebido na água salgada. Neste momento, Matzá, vinho, Maror e
Charósset podem ser consumidos à vontade, com exceção do Zeroa.
12. Tsafun - Literalmente,
oculto. É o momento das crianças “resgatarem” aquele pedaço de Matzá que
separamos para o Afikomán no início do Seder e que será comido após o término
da refeição, uma vez que ele, simbolicamente, representa o sacrifício pascal -
o qual era comido neste mesmo momento. A palavra é emprestada da EPIKOME grega,
que significava um presente de qualquer doce ou sobremesa que se costumava dar
aos convivas e que estes, por sua vez, comiam a caminho de casa.
O costume de esconder o Afikomán
para que os menores o encontrem, baseia-se na passagem talmúdica (Pessachim
109a): "Disseram nossos sábios: escondemos a Matzá nas noites de Pessach
para que as crianças não durmam". Aquele que encontrá-lo, receberá um prêmio.
Mas, como a noite é de confraternização, é importante também premiar os demais
por seu empenho.
13. Barech - Enchemos novamente
nossas taças e recitamos o Bircát Hamazón (reza depois da ceia). Logo em
seguida, recitamos a bênção tradicional sobre o vinho e tomamos reclinados ao
lado esquerdo. Neste momento enchemos a taça de Elias, o Profeta, abrimos a
porta da casa e recitamos "Elias, o Profeta...", fechando-a logo em
seguida.
14. Halel - Enchemos a quarta e
última taça e recitamos os Salmos de louvor do "Halel", concluindo
com a tradicional canção
"Ki ló naê...".
15. Nirtsá - Em havendo conduzido
o Seder da maneira correta, podemos estar certos de que este foi bem aceito
pelo Todo-Poderoso. Com este sentimento se satisfação, proclamamos e cantamos:
Le shaná habaá b'Yirushalaim
No ano vindouro em Jerusalém
Recitamos a bênção do vinho,
tomamos reclinados ao lado esquerdo e, logo em seguida, concluímos com a sua
bênção posterior. Entoamos as antigas canções, terminando com a popular
"Chad Gadya" (um cabritinho), que exalta, sob forma alegÓrica, o
poder divino de desfazer todos os males e fazer prevalecer a justiça.
Fonte: www.netjudaica.com.br