Surge uma pergunta: como é possível que Adam, formado pelo próprio D’us, “uma criatura das palmas de Hashem”, não conseguiu conter-se e deixar de comer da árvore por apenas um curto tempo? A resposta a isso é: toda a intenção do instinto mau é fazer com que o judeu contrarie a vontade Divina, impedindo-o de cumprir os preceitos, fazendo-o transgredir os mandamentos Divinos.
Portanto, quanto mais importante a ordem, quanto mais elevado o cumprimento de um preceito, mais esse instinto empenha-se para impedir a realização do mandamento.
Cada um de nós, de vez em quando, sente essa batalha dentro de si mesmo. Existem preceitos que aparentemente são fáceis de cumprir, e mesmo assim encontramos muita dificuldade para realizá-los. O mau instinto atrapalha o seu cumprimento, pois possivelmente esse mandamento específico é muito importante para nossa alma.
O mesmo acontece em relação a Adam. Pode parecer muito fácil cumprir a ordem de não comer da árvore, mas pela sua grande importância (como vemos pelas consequências dessa falha), o mau instinto se empenhou muito para incitar Adam ao pecado.
A Árvore do Conhecimento ensina que um judeu nunca deve pensar que realizará um preceito mais sério da melhor forma possível, porém no caso de uma ordem mais leve, não irá cumprí-la da mesma forma. De vez em quando, justamente um preceito que aparentemente se apresenta simples é tão importante, e deixar de cumpri-lo pode causar uma imensa descida.
Isso nos ensina que devemos cumprir todos os mandamentos da melhor forma possível, sem distinguir entre um preceito e outro.
Extraído do Licutê Sichot, vol. III, págs. 747-748
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