Player da Radio

Pesquisar neste Blog

Tocando agora na Rádio!

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Todos os Preceitos e a Árvore da Vida

Um dos assuntos relatados na nossa Porção Semanal (Bereshit) é o mandamento de D’us a Adam, para não comer da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. Nas interpretações bíblicas (Midrash) consta que o mandamento de não comer da árvore foi dado a Adam na sexta-feira à tarde, e a ordem era somente até a entrada do Shabat. Isto significa que a proibição de comer da árvore teria a duração e obrigação de apenas três horas. No entanto, Adam não conseguiu conter-se e transgrediu esse preceito, comendo do fruto da árvore.

Surge uma pergunta: como é possível que Adam, formado pelo próprio D’us, “uma criatura das palmas de Hashem”, não conseguiu conter-se e deixar de comer da árvore por apenas um curto tempo? A resposta a isso é: toda a intenção do instinto mau é fazer com que o judeu contrarie a vontade Divina, impedindo-o de cumprir os preceitos, fazendo-o transgredir os mandamentos Divinos.

Portanto, quanto mais importante a ordem, quanto mais elevado o cumprimento de um preceito, mais esse instinto empenha-se para impedir a realização do mandamento.

Cada um de nós, de vez em quando, sente essa batalha dentro de si mesmo. Existem preceitos que aparentemente são fáceis de cumprir, e mesmo assim encontramos muita dificuldade para realizá-los. O mau instinto atrapalha o seu cumprimento, pois possivelmente esse mandamento específico é muito importante para nossa alma.

O mesmo acontece em relação a Adam. Pode parecer muito fácil cumprir a ordem de não comer da árvore, mas pela sua grande importância (como vemos pelas consequências dessa falha), o mau instinto se empenhou muito para incitar Adam ao pecado.

A Árvore do Conhecimento ensina que um judeu nunca deve pensar que realizará um preceito mais sério da melhor forma possível, porém no caso de uma ordem mais leve, não irá cumprí-la da mesma forma. De vez em quando, justamente um preceito que aparentemente se apresenta simples é tão importante, e deixar de cumpri-lo pode causar uma imensa descida.

Isso nos ensina que devemos cumprir todos os mandamentos da melhor forma possível, sem distinguir entre um preceito e outro.

Extraído do Licutê Sichot, vol. III, págs. 747-748

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A Festa de Sucot e seu significado

Um período alegre é iniciado com a festa de Sucot, compensando o solene período de Rosh Hashaná e Yom Kipur.


Há mitsvot nas quais utilizamos apenas algumas partes de nosso corpo, por exemplo: a mitsvá de tefilin, filactérios, que envolve o braço e a cabeça; tefilá, prece, envolve a mente e o coração e assim por diante. Em Sucot, temos uma mitsvá (preceito) singular, que é a construção de uma sucá; a única mitsvá que literalmente envolve a pessoa de corpo inteiro, com suas vestes materiais.

A sucá nos lembra das Nuvens de Glória que rodearam nosso povo durante sua peregrinações pelo deserto a caminho da Terra Prometida. Todos então viram a especial proteção Divina, que D'us lhes concedeu durante aqueles anos difíceis. Mas embora as Nuvens de Glória desaparecessem no quadragésimo ano, na véspera da entrada na Terra de Israel, nunca cessamos de acreditar que D'us nos dá Sua proteção, e esta é a razão de termos sobrevivido a todos nossos inimigos em todas as gerações.

A sucá

Para que o judeu não se esqueça de seu verdadeiro propósito na vida, D'us, em Sua infinita sabedoria e bondade, nos faz deixar nossas casas confortáveis nesta época, para habitar numa frágil sucá, cabana, por sete dias.

A sucá nos lembra que confiamos em D'us para nossa proteção, pois a sucá não é nenhuma fortaleza, nem ao menos fornecendo um telhado sólido sobre nossa cabeça. Lembra-nos também de que a vida nesta terra é apenas temporária.

As refeições na sucá

Durante a festa de Sucot, os homens devem comer diariamente numa sucá (cabana) especialmente construída para este fim. Nestes sete dias, não é permitido comer fora da sucá qualquer refeição que contenha pão ou massa. Há aqueles que não costumam beber nem ao menos um copo de água fora da sucá.

Nos primeiros dois dias e noites da festa, o kidush, prece sobre o vinho, antecede a refeição. Nas duas primeiras noites, é obrigatório comer na sucá ao menos uma fatia de pão (além do kidush), mesmo que esteja chovendo. Nos outros dias, se chover, é permitido fazer as refeições dentro de casa.

Confiança em D'us

Refletir sobre a sucá nos dá uma ampla visão do significado de fé em D'us e da extensão de Sua Divina Providência. Vamos para a sucá durante a Festa da Colheita depois de haver colhido o fruto dos campos.

Se uma pessoa recebeu a bênção Divina e sua terra produziu com fartura, seus estoques e adegas estão repletos, alegria e confiança preenchem seu espírito - aí a Torá a leva a abandonar a casa e residir em uma frágil sucá, para ensina-la que nem riquezas, nem posses, nem terras são proteções na vida; somente D'us é que sustenta, mesmo os que habitam em tendas e cabanas e oferece uma proteção de confiança.

E se alguém está empobrecido e seu trabalho não conheceu a bênção Divina; se a terra não deu o seu produto, se o fruto da árvore não foi armazenado em celeiros e se está incerto e temeroso ao encarar o perigo da fome nos dias de inverno que se aproximam, também encontrará repouso para seu espírito na sucá.

Lembrará como D'us hospedou-nos em Sucot no deserto; nos sustentou e nos abasteceu, não nos deixando faltar nada.

A sucá o ensinará que a Divina Providência é segurança melhor do que qualquer bem material, pois não abandona os que verdadeiramente crêem em D'us. A sucá o ensinará a ser forte e corajoso, feliz e tranqüilo, mesmo na aflição e na dificuldade.

Fonte: pt.chabad.org

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Estamos mudando a URL do Blog da Rádio

Devido a constantes melhorias, estamos mudando gradativamente a URL do blog da Rádio Ushemo Echad para este novo link:  http://radioushemoechad.blogspot.com.br/

Por enquanto manteremos esta versão até que todos tenham se adaptado a nova URL do Blog.

Shalom a todos (as)!

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Significado de Yom Kipur e Interrupção da Programação da Rádio

NESTE DIA SAGRADO DE YOM KIPUR INTERROMPEMOS A PROGRAMAÇÃO DA RADIO

Dentro de algumas horas, ao pôr do sol desta sexta-feira dia 03/10/2014 ao pôr do sol de sábado dia 04/10/2014 iniciaremos a observação do dia sagrado de Yom Kipur.

Vamos aproveitar a ocasião para estudar sobre o significado de Yom Kipur, um dia de busca do perdão do Eterno, bendito seja Ele, conforme instruído em sua Torah:

Leitura da Torah para Yom Kipur:
  - Bamidbar 29:7 até 29:11
  - Vayikrá 16:1 até 16:34

Em Yom Kipur, este vínculo entre a essência de um judeu e a Essência de D'us revela-se em cada judeu – e por isso todas as manchas em sua alma causadas pelos pecados são automaticamente removidas.

Esta é a diferença entre a expiação de Yom Kipur e aquela de qualquer outra época. Na última, o pecado causa manchas na alma, e por isso a pessoa deve trabalhar ativamente para conseguir a expiação – arrependendo-se, o que produz um relacionamento mais profundo entre o homem e D'us.

A maior expiação de Yom Kipur, entretanto, vem com a revelação de um vínculo tão elevado que, em primeiro lugar, nenhuma mancha pode ocorrer.

Este conceito é expresso no serviço de Yom Kipur do Cohen gadol, o Sumo Sacerdote, que representava todo o judaísmo. Um dos momentos mais importantes daquele serviço era sua entrada no Santo dos Santos, sobre o qual a Torá diz: "Nenhum homem deve estar no Ohel Moed quando ele entra para fazer expiação." O Talmud comenta que isto se refere até mesmo aos anjos. Ninguém, homem ou anjo, poderia ficar no Santo dos Santos naquela hora, pois o serviço de Yom Kipur é a revelação da unidade essencial entre os judeus e seu Criador. Apenas o judeu e D'us estão lá – sozinhos.

A obtenção do perdão

Os Rabis afirmam que a pessoa deve primeiro arrepender-se, e então obterá a expiação especial de Yom Kipur (que é infinitamente mais elevada que aquela conseguida apenas pela teshuvá).

Mas como Yom Kipur consegue isto? A expiação não é meramente a remissão da punição pelo pecado; significa também que a alma de um judeu é purificada das máculas causadas pelo pecado. Além disso, não apenas nenhuma impressão das transgressões permanece, como as transgressões são transformadas em méritos.

Que isto possa ser atingido através de teshuvá é compreensível; um judeu sente genuíno remorso pelas falhas cometidas erradicando o prazer que extraiu dos pecados.

Sua alma é então purificada. O próprio pecado deve ser visualizado como uma contribuição ao processo de teshuvá.

Uma transgressão separa a pessoa de D'us. O sentimento de ser afastado de D'us age como um lembrete para o retorno, para estabelecer um vínculo mais intenso com o Criador.
O que é a expiação obtida através de Yom Kipur? Se a expiação significa apenas a remissão da punição, seria compreensível que "o próprio dia" pudesse abolir a punição que de outra forma seria devida pelos pecados de alguém através do ano.

Mas a expiação, como dizemos, significa também a purificação das manchas da alma. Como pode "o próprio dia," sem a força transformadora de teshuvá, atingir este ponto?

Três níveis no vínculo de um judeu com D'us

O pecado afeta o vínculo de um judeu com D'us, e há três diferentes níveis neste vínculo:

1 – O relacionamento estabelecido por um judeu através do cumprimento das mitsvot: a aceitação do jugo celestial por parte do judeu e sua prontidão em seguir as diretivas de D'us estabelecem um vínculo entre ele próprio e D'us.

2 – Uma conexão íntima, mais profunda que a primeira. Como este vínculo transcende aquele forjado pela aquiescência com a vontade de D'us, permanece válido mesmo quando alguém transgride aquela vontade e por causa disso prejudica o primeiro nível do relacionamento, que a teshuvá tem o poder de purificar as manchas na alma, causadas pelo pecado – o que enfraqueceu o nível inferior da conexão.

3 – O vínculo unindo a essência de um judeu com a Essência de D'us. Isto não é restrito a nenhum vínculo, e transcende toda a expressão humana. Ao contrário dos dois anteriores, este relacionamento não pode ser produzido pelo serviço do homem a D'us, mesmo o serviço de teshuvá, pois as ações do homem, não importa quão elevadas, são inerentemente limitadas. Pelo contrário, este é um vínculo intrínseco à alma judaica, que é "uma parte do D'us acima" – e neste nível, o judeu e D'us são completamente um só.

Como este vínculo transcende todos os limites, não pode ser afetado pelas ações do homem. Assim como não pode ser produzido pelo serviço do homem a D'us, da mesma forma não pode ser prejudicado pela omissão do serviço ou através do pecado. Pecados e máculas não podem tocar este nível.

A unidade entre o judeu e D'us 

Em Yom Kipur, este vínculo entre a essência de um judeu e a Essência de D'us revela-se em cada judeu – e por isso todas as manchas em sua alma causadas pelos pecados são automaticamente removidas.

Esta é a diferença entre a expiação de Yom Kipur e aquela de qualquer outra época. Na última, o pecado causa manchas na alma, e por isso a pessoa deve trabalhar ativamente para conseguir a expiação – arrependendo-se, o que produz um relacionamento mais profundo entre o homem e D'us. A maior expiação de Yom Kipur, entretanto, vem com a revelação de um vínculo tão elevado que, em primeiro lugar, nenhuma mancha pode ocorrer.

Este conceito é expresso no serviço de Yom Kipur do Cohen gadol, o Sumo Sacerdote, que representava todo o judaísmo. Um dos momentos mais importantes daquele serviço era sua entrada no Santo dos Santos, sobre o qual a Torá diz: "Nenhum homem deve estar no Ohel Moed quando ele entra para fazer expiação." O Talmud comenta que isto se refere até mesmo aos anjos. Ninguém, homem ou anjo, poderia ficar no Santo dos Santos naquela hora, pois o serviço de Yom Kipur é a revelação da unidade essencial entre os judeus e seu Criador. Apenas o judeu e D'us estão lá – sozinhos.

Revelação da essência do judeu

Tal revelação é possível não apenas no Templo Sagrado, através do Cohen Gadol, mas para todo judeu em suas preces de Yom Kipur. Este é o único dia do ano que tem cinco serviços de prece, correspondendo aos cinco níveis da alma.

Na última prece do serviço, Ne'ilah, o quinto e mais elevado nível da alma é revelado, um nível que é a quintessência da alma. "Ne'ilah" significa "trancar", indicando que naquela hora os judeus estão trancados sozinhos com D'us. A essência de um judeu é mesclada e unida à essência de D'us.
Yom Kipur, então, é um dia no qual não existem fatores externos, quando apenas a essência do judeu espalha seu brilho.

Teshuvá pode erradicar o pecado e as manchas na alma; Yom Kipur transcende inteiramente o conceito de pecado e arrependimento – e por isso traz uma expiação mais elevada que em qualquer outra época.

Leis e costumes no dia de Yom Kipur

Pergunta:

Como é proibido jejuar no Shabat, jejuamos em Yom Kipur se cair no Shabat?

Resposta:

Esta pergunta está correta; todos os outros dias de jejum são adiados até domingo quando caem no Shabat.

 - 1 No entanto, ao contrário de todos os outros jejuns, o de Yom Kipur não é adiado, sendo plenamente observado mesmo no Shabat.

- 2 A Torá chama Yom Kipur de “Shabat shabaton” – “O Shabat dos Shabats”,

- 3 implicando que tem precedência sobre o Shabat.

Segundo os ensinamentos chassídicos, o fato de Yom Kipur cair no Shabat não nos “priva” dos prazeres – comer, beber, descansar etc. – que o Shabat normalmente nos proporciona. A natureza extremamente sagrada de Yom Kipur atinge os mesmos objetivos, embora de maneira mais elevada, mais espiritual.

Aqui estão duas explicações sobre esse tópico, extraídas das obras chassídicas:

1 – O Rei David diz:4 “Veja, o olho de D'us é dirigido para aqueles que O temem, aqueles que esperam Sua bondade, para resgatar sua alma da morte e sustentá-los em fome. As palavras hebraicas “para sustentá-los em fome” também podem ser traduzidas como “para sustentá-los com fome”. Num sentido espiritual, fome refere-se ao anseio da alma pela proximidade com D'us, um anseio que deriva do fato de que a alma é “uma parte do D'us acima”5 e sempre deseja reunir-se com sua Fonte. Em Yom Kipur, quando a alma, seus desejos e necessidades são banidos, somente essa fome, essa busca pela espiritualidade, é suficiente para saciar e satisfazer a pessoa. No dia mais sagrado do ano, somos abastecidos não por carboidratos e proteínas, mas pela revelação de nossa própria essência e seu relacionamento intrínseco com D'us.

2 – A necessidade física humana de nutrição vem da necessidade da alma de ser energizada pelas centelhas divinas inerentes dentro de cada criação física. Isso é porque a alma tem muitos níveis, e somente os mais baixos são expressos no corpo, e esses níveis de alma exigem a nutrição espiritual derivada de vários alimentos. A essência da alma, porém, é muito mais elevada que essas centelhas, e portanto não tem necessidade de ser fortificada pelo seu consumo. Assim, em Yom Kipur, quando essa essência está revelada e expressa em todo judeu, não há necessidade de comer ou beber.

Que possamos todos vivenciar um Yom Kipur elevado, um Yom Kipur que lance seu sagrado brilho – e tenha um efeito concreto – sobre o Ano Novo inteiro e abençoado.


Fonte: pt.chab.org.br